quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sobre Erro de Português e Dislexia...

Quem nunca errou que atire a primeira pedra.
Creio que todos os brasileiros sofrem por pelo menos um período da vida com as malditas regras gramaticais.
Quem nunca escreveu uma palavra de lápis no cantinho do caderno de várias formas até se lembrar de qual é a forma correta de escrever, tentando lembrar de todas as regrinhas passadas pelos professores no ensino fundamental?
Tem gente que recorre ao dicionário, ao Google, ou até o Word do computador pra confirmar se a escrita está certa.
A minha vida inteira sofri com a porcaria da gramática. Nunca nos demos bem.
Me lembro que quando eu estava na 1ª ou 2ª série, a minha mãe fazia eu e o meu irmão copiarmos trechos de algum livro em um caderno, eu por causa da gramática, e o meu irmão por causa da caligrafia.
A caligrafia no meu irmão não melhorou, e eu continuo errando.
Tenho muito problema com leitura também. As vezes estou lendo um texto, a ao final de um parágrafo não me lembro mais o que estava escrito no começo.
Talvez por isso eu não goste tanto de ler. Cansa ler mil vezes a mesma coisa pra conseguir entender ou pra conseguir guardar na memória.
Eu sou disléxica.

“Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.”

A dislexia não tem cura, e normalmente demora um pouco para a pessoa aprender a conviver com ela. A pessoa disléxica precisa aprender a aprender, ou seja, ela aprende de uma forma diferente, isso pode tornar o processo de aprendizado mais lento.


“Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente...”

Me lembro que na época do vestibular eu pedi pros meu amigos que conversavam muito comigo no msn para me corrigir quando eu escrevesse algo errado. Saia cada coisa.
Mas esta foi a forma que descobri de aprender, ser corrigida.
Por isso não vejo problema algum quando alguém me corrige. Vejo isso como uma forma de aprender.
Por que errar e humano, persistir no erro é burrice.
E eu não sou burra, sou disléxica.
É bem diferente.
Eu sei disso, e não me importo com brincadeiras e piadinhas sobre os meus erros.
Eu sei que erro, porque sei que tenho problema que só posso resolver, o que me preocupa são as pessoas que são disléxicas, não sabem disso, e por isso sofrem com as piadinhas que algumas pessoas maldosas fazem, as chamando de burra, ou xingamentos piores.

“Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica, com a observação adicional: "existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país". Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, não costumam sequer ser considerados.”

Sempre sofri um pouco com isso, mas nunca me preocupei tanto com ele quanto agora que estou na faculdade, e ainda por cima fazendo Comunicação Social.
Até agora eram poucas as pessoas que sabiam disso. Nunca vi necessidade das pessoas saberem, até porque ninguém vai poder me ajudar. Mas hoje senti uma enorme vontade e vi também uma necessidade de contar, contar para alertar.
Queria pedir a todos que leiam sobre a dislexia e tentam entender o problema, ajudar quem o possui, e principalmente não machucar quem desconhece possuir o problema ou não consegue lidar com ele.
E já que hoje é o dia da Alfabetização, peço principalmente aos professores, que procurem saber mais sobre o assunto, para que assim possam identificar em seus alunos o problema, e ensina-los não só a escrever, mas também a aprender a aprender.

http://www.dislexia.com.br/

Muitos famosos são disléxicos, artistas , atletas, escritores e grandes gênios da história:


Agatha Christie, escritora: "Eu, por mim mesma, sempre me reconheci ...como a 'mais lenta' da família. Isto era inteiramente uma verdade e eu sabia disto e aceitava isto".


Tom Cruise, ator: "Eu tinha que treinar a mim mesmo para concentrar minha atenção. Assim, me tornei muito visual e aprendi como criar imagens mentais para poder compreender o que lia".


Leonardo da Vinci, artista, escultor, cientista: "Você poderia preferir um bom cientista sem habilidades literárias, a um literata sem conhecimentos científicos".


Thomas Alva Edison, o maior inventor de todos os tempos: "A mais satisfatória forma de arrebatamento é pensar, pensar e pensar".


Albert Eisntein, um dos maiores cientistas de todos os tempos: "Quando eu lia, somente ouvia o que estava lendo, e era incapaz de lembrar a aparência visual da palavra que lia".


Danny Glover, ator: "As crianças faziam piada de mim por causa da minha pele negra, de meu nariz grande, e porque eu era disléxico. Já como ator, demorou um longo tempo para que eu pudesse entender por que as palavras pareciam misturadas em minha mente e eu as pronunciava de maneira diferente".


Magic Johnson, jogador americano de basquete: "Os olhares, as celebridades, os sorrisos...
Eu queria mostrar a cada um que podia fazer o meu melhor, mas, também, que eu era capaz de ler".


Henry Winkler, ator, diretor e produtor americano: "Quando criança, eu era rotulado de estúpido e preguiçoso. Meus pais não tinham nenhuma idéia de que eu tinha dificuldades de aprendizado".

Um comentário:

  1. Eu bem sei o que é isso...e estou tensa, pois agora dia 01/10/2011 apresentarei meu TCC, meu orientador, disse que tem inúmeros erros, mas não são erros e eu sei disso... eles que não entendem!

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