quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre Aniversário e Reflexões...


Não sei vocês, mas de alguns anos pra cá, meus aniversários trazem junto com a festa e os doces um momento de reflexão.
Neste meu ultimo (2 de agosto), esta reflexão foi mais vivida do que refletida. Acordei aquele dia as 7 da manhã, coisa que nunca foi muito normal na minha vida num dia de aniversário, para ir para a minha 2ª tentativa de prova prática da auto escola.
Que merda foi aquela???
Quando eu estava começando a fazer a baliza eu bati no cone com a parte da frente do carro. Diga-me: Quem você conhece que já bateu com a frente do carro quando estava fazendo a baliza???
O avaliador olhou pra mim e disse: “Falta reprovatória. Pode irar o carro e estacionar do outro lado da rua por favor!”
Alguns dias antes eu havia passado horas fazendo baliza. Todas perfeitas, com o meu instrutor me dizendo que tinha certeza que eu deveria passar. E eu não estava nervosa, talvez tenha inclusive sido isso. Relaxada de mais.

Algumas horas depois disso fui com a minha comprar meus presentinhos de aniversário. Não, eu não estava afim de experimentar roupas aquele dia, estava me sentindo uma burra, que não conseguia nem fazer uma baliza.
Além do mais comecei a me sentir a pessoa mais gorda e horrível do mundo, parecia que nada ficava legal. E que eu sou de fato uma inútil, já que desde os 9 anos quando a minha mãe montava o meu prato, pra eu não comer besteira, e mesmo assim eu comia chocolate escondido, eu venho lutando contra a maldita balança e ela sempre me vence.
Depois de me arrumar e almoçar com a minha mãe no shopping, fui para o meu primeiro dia de trabalho. Naquele momento senti nas costas o peso da responsabilidade que pela primeira vez na vida surgia na minha vida dessa forma. Mas ao mesmo tempo senti uma certa liberdade, é o meu emprego, o meu dinheiro (que não é muito, fato. Mas já da pra sentir o gostinho do meu suor nas minhas coisas).
Logo mais a noite fui a faculdade, onde recebi o abraço apertado de alguns amigos, e assisti uma aula de uma coisa muito chata, mas que eu preciso aprender.
Ou seja: Na hora da baliza, percebi que por mais que eu saiba fazer alguma coisa, eu posso errar. Ir sempre confiante, mas sempre prestar atenção no que faço.
Enquanto provava as roupas percebi que tem certas coisas que ninguém pode fazer por mim, só o meu esforço próprio vai resolver o problema, e que eu devo dar valor a aquelas pessoas que tentam me ajudar quando preciso.
E no primeiro dia de trabalho percebi que não sou mais criança, e não posso ser uma adolescente mimada, que a partir da agora tenho que começar a andar com as minha próprias pernas, de paço em paço eu sei que chego em algum lugar, um lugar onde serei livre, um lugar que não vou depender de ninguém pra cuidar de mim, mas que pra ter essa liberdade, sempre vou ter que andar de mãos dadas com a responsabilidade.

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